terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vaclav Hável e Kim Jong-il

O último final de semana foi marcado no cenário político internacional pela morte de duas figuras que ainda simbolizavam de uma certa maneira a vida na Guerra Fria. De um lado, a morte do ex-presidente tcheco, escritor e intelectual Vaclav Hável, que foi preso durante 5 anos da ditadura comunista tchecoeslavaqua entre 1979-1984 por defender os princípios democráticas que ainda não havia no país. Foi o personagem principal da tradição da Tchecoeslováquia do comunismo para o capitalismo no ano de 1989. Ano historicamente importante e que marcou a queda do comunismo no leste europeu simbolizada sobretudo pelo fim do muro de Berlim. Foi o primeiro presidente pós- comunismo entre 1989-2003, contudo não conseguiu impedir a divisão política entre a República Tcheca e a Eslováquia. Kim Jong-il era filho do fundador da Coréia do Norte (1949), marcada historicamente pela Guerra da Coréia (1950-1953) dividida em duas (a do Sul, capitalista) e (a do Norte socialista). Do lado socialista e no poder desde 1994, após a morte do seu pai, conduziu o país por um isolamento político difícil de acreditar em pleno século XXI com controle total da imprensa, culto a sua personalidade, tensões com o vizinho capitalista do sul, grandes eventos militares para mostrar a grandeza do país, além, de misteriosas questões que mostravam a sua excentricidade, como de usar plataformas para "esconder" a sua altura de 1,57 ou mesmo o cabelo arrepiado e os óculos escuros. A imprensa internacional noticiou que era fã da boa mesa, de cinema e deixou o seu sucessor fruto do terceiro casamento (Kim Jong-Un), filho caçula com apenas 30 anos. O filho mais velho perdeu o direito por ter tentado entrar no Japão com passaporte falso, pois queria se divertir na Disney de Tóquio!! A Coréia de Norte segue a linha de uma ditadura comunista familiar... Os resquícios da Guerra Fria estavam representadas nessas duas personalidades que morreram.

2 comentários:

Memórias das Assembleias de Deus disse...

As vezes parece que a Guerra Fria terminou, mas aqui e ali pelo mundo afora percebemos seus resquícios. Acontecimentos como esse são excelentes para nossa meditação das permanências históricas.

Abraço!

edpaegle disse...

Sim, é verdade. Falando em "permanências", me lembrei de Braudel!