Sobre a situação no Oriente Médio!

O fato dos governos do Egito e da Tunísia terem mudado com a queda das duas ditaduras e as diversas manifestações no Oriente Médio, incluindo a guerra civil na Líbia entre as forças de Kadafi e a oposição não deve esconder que muitas das ditaduras foram apoiadas pelas potências ocientais, incluindo aí os Estados Unidos e a Inglaterra. Mubarak no Egito foi um importante aliado para a discussão de acordos com o Israel mediado pelo Tio Sam. Kadafi na Líbia viveu uma montanha-russa nas relações com o Ocidente. O ditador líbio derrubou a monarquia do rei Idris e durante a década de 1970 expulsou as bases estadunidenses e inglesas, bem como nacionalizou o petróleo, o que certamente desagradou esses países. Além disso, defendeu o pan-arabismo, a união de todos os países árabes. Na década de 1980, com o atentado de Lockerbie na Escócia e o ataque dos Estados Unidos na capital líbia em 1986 que matou a filha de Kadafi as relações não pareciam muito promissoras. Contudo nos últimos anos o ditador líbio discursou na O.N.U., reconheceu culpado no atentado de Lockerbie e se encontrou com o ex-primeiro-ministro inglês Tony Blair e mesmo com ex-presidente brasileiro Lula, evidenciava uma melhora nas relações com o Ocidente. O fato de Kadafi estar matando a oposição foi condenado pelo Ocidente. Não estou advogando a favor de Kadafi, que não passa de um ditador que transformou a Líbia numa máfia a serviço dos seus caprichos e humores. Mas a tática do Ocidente tem sido de apoiar ditaduras que lhe interessam e as que atualmente estão em risco são jogadas as feras e ditas como não legítimas. Por acaso a ditadura chinesa é legítima? Ops, não podemos questionar essa ditadura porque a chinesa é a segunda economia do mundo e importa muito das potências ocidentais.Segue-se o slogan da diplomacia inglesa do século XIX "Os países não tem amigos nem inimigos, apenas interesses." Nunca essa frase foi tão verdadeira se tratando das relações dos países ocidentais com o Oriente Médio. Infelizmente....