terça-feira, 17 de agosto de 2010
PT X PSDB - a falsa bipolarização!
Já aviso de antemão que tanto petistas quanto tucanos não vão gostar do que irão ler. Nem, é claro, os eleitores da Dilma Roussef e de José Serra. Tudo bem, pagarei o preço neste blog de nadar contra maré, mas para defender a minha consciência. Vamos então ao que interessa. O fim do mandato de Lula neste ano, marcará oito anos de poder do PT e do PSDB. Tivemos oito anos de poder de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 1995-2002 e de Lula (PT), de 2003-2010. Ou seja, caminhamos para essa bipolarização PT e PSDB nas eleições presidenciais pela quinta vez, com Fernando Henrique Cardoso que venceu Lula em 1994 e 1998; as vitórias de Lula contra Serra em 2002 e Alckmin em 2006. Em suma, pós-ditadura, somente em 1989 não houve essa bipolarização, quando Lula foi candidato petista e Mário Covas foi o candidato tucano. Nesse ano, com a petista Dilma Rousseff contra o tucano José Serra, a bipolarização se repete. Infelizmente, a briga do poder pelo poder, das disputas partidárias entre petistas e tucanos tem evitado com que um grupo não reconheça as virtudes do outro. Quando o PT ou o PSDB se colocam na situação ou na oposição apenas defendem regras para a manutenção do poder e buscam deslegitimar o seu oponente. Um petista jamais reconheceria,por exemplo, a questão da estabilidade do plano real e a política econômica de Fernando Henrique Cardoso, ainda como ministro do governo de Itamar Franco, que domou a inflação que chegou aos níveis estratosféricos nos governos de Sarney e Collor. Ou ainda, a quebra de patentes, quando Serra foi ministro da saúde, que permitiu remédios contra o vírus HIV por um preço mais acessível. Um tucano, jamais reconheceria a ampliação dos institutos federais no país e ampliação dos programas sociais do governo. Os dois partidos se apresentam como a negação pela negação. Mas, é preciso dizer, que tanto o PT quanto o PSDB adotaram políticas na situação de um jeito e na oposição de outro. O PSDB conseguiu no Congresso Federal a possibilidade da reeleição de Cardoso, o PT, na oposição disse que era contra, mas na situação fez a mesma coisa com a reeleição de Lula. O PT era contra o plano real, mas no seu governo seguiu a mesma cartilha. O PT era contra a privatização nos tempos de governo tucano, mas tem defendido a privatização das estradas federais. Tanto o PT quanto o PSDB tem mudado o discurso, quando estão na situação defendem uma característica, mas quando estão no poder defendem outra situação exatamente oposta. Os exemplos são inúmeros. O PT não reconhece as conquistas do PSDB nem vice-versa. Se você quer saber o discurso petista pode ler Caros Amigos, se quer saber do discurso tucano, pode ler a VEJA. Nessa falsa bipolarização qualquer crítica ao PT, você é dedurado como tucano e qualquer crítica aos tucanos você é criticado como petista. Nem se aceita nem uma crítica do PT mais à esquerda, nem se aceita um crítica ao PSDB mais à direita. Um depende do outro para fazer ora a oposição, ora a situação e criar uma falsa idéia partidária. Porque o que temos no Brasil, não são partidos políticos, mas grupos de poder, nas quais os políticos mudam conforme os seus interesses meramente pessoais. Tanto PT quanto PSDB criam um terrorismo político para fazer um voto mais baseado no medo do que na discussão de idéias e propostas. Os tucanos alertaram que Dilma foi ex-guerrilheira no período da ditadura, não tem experiência administrativa e defenderá as invasões do MST e as relações com o presidente venezuelano Hugo Cháves e que Lula usará a máquina do governo para eleger a sua sucessora; os petistas alertaram que Serra privatizará o país,cortará os programas sociais, demitirá inúmeros funcionários públicos e fortalecerá o capital especulativo, além de se aproveitar da mídia burguesa. Enfim, essa boataria baseada no terrorismo político de um partido dizendo o que outro vai fazer para rejeitar o oponente. O PSDB esconde Fernando Henrique Cardoso para mostrar Serra, o PT esconde Dilma para mostrar Lula. Incrível isso! Serra é oposição, mas não bate em Lula, devido aos seus índices de popularidade; Dilma se esconde atrás de Lula pelo mesmo motivo. O PSDB quer colar em Dilma, a inexperiência administrativa, pois ela nunca foi candidata em nada; Dilma tenta colar em Serra o fato de não criticar Lula. O PSDB tem essa figura do tucano que parece meio em cima do muro, mas defende os interesses financeiros da Avenida Paulista, dando um ar de moderno,tendo surgido de uma cisão do PMDB em 1988, liderados pelos políticos paulistocêntricos (Covas, FHC, Franco Montoro, Serra, entre outros). Esse ar de moderno dos tucanos se aliando aos donatários das capitanias hereditárias do oligarqua DEM(entre Bornhausens, Magalhães, etc...). O PT, por sua vez, surgido também na década de 1980, entre sindicatos, teólogos da libertação, movimentos agrários e outros movimentos sociais também com um DNA paulista e que se apoia para ganhar o tempo do horário político na TV com o PMDB, essa esfinge política que não ser nem situação nem oposição, muito pelo contrário, quer cargos e defender os seus feudos eleitorais (Sarney no Maranhão, Calheiros em Alagoas, entre outros), sem um candidato nacionalmente forte. Em suma, os tucanos querem dar um de moderninhos, empreendores, mas que se aliam ao que tem de mais arcaico e conservador na política brasileira (leia-se Caiado, Bornhausen, Magalhães, etc...), o PT se diz contra as oligarquias, mas beija a mão do rei do Maranhão (Sarney), pretendendo aumentar o estado e entregar o dote para a noiva: o PMDB.Em comum, apenas o vale-tudo pelo poder. O PSDB é o estado mínimo somente para o capital financeiro e os oligarquas do DEM (quer combinar o moderno e o arcaico na visão deles), o PT é o estado máximo, pois para garantir a governabilidade, sempre tem mais uma vaguinha ou cargo comissionado para o PMDB. Contra essa falsa bipolarização escrevo esse blog, porque é necessário buscar alternativas entre tucanos e petistas!
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