sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Pensando a juventude...com restrições!
Essa semana comecei a fazer fisioterapia. Tudo por causa de uma dor na minha coluna, que suspeito ter ocorrido em função dos materiais que carreguei de um lado para outro em 2009, seja como professor, bem como aluno. Andei pensando numa frase genial do escritor Rubem Alves que disse certa vez que "Só lembramos do dedo mindinho, quando ele dói." De fato, no marketing publicitário, nos outdoors, o consumismo que é levado principalmente para a juventude como público-alvo, normalmente se passa com atores/atrizes fortes, bonitos(as), saudáveis e vitoriosos(as). Pensei em quanto a juventude não consegue viver sem restrições (seja causada por uma doença, dificuldade espiritual, relacionamentos, falta de dinheiro, perda de algum familiar ou amigo querido, etc...). Refletí que somos uma geração onde só se propagandea a vitória e a conquista, mas as perdas são inevitáveis e fazem parte do amadurecimento. Precisamos aprender a conviver com as perdas e restrições. Na fisioterapia, percebí o quanto os problemas dos outros pacientes eram muito maiores do que o meu, a maioria causada ou pelo futebol ou pela moto ( nem preciso dizer que a maioria dos pacientes é formado por homens). Creio que as restrições nos dão uma idéia de finitude da vida. Para a minha geração de lembrar que não seremos eternamente jovens ( como diz aquele canção "Forever Young") ! O pior é que oferecemos pílulas instantâneas para resolver os problemas. Para falta de dinheiro, tem aquele empréstimo de uma financeira;para doença, remédios x e y que permitem a rápida recuperação; para aprender chinês em três meses, aquele curso infalível com os métodos mais revolucionários (para aprender chinês, acha que "revolucionário" é uma boa palavra!), para relacionamentos amorosos, ou a terapia do amor ou clique no site tal, que você começará a namorar em cinco minutos. Vida é processo, mas os jovens querem resolver os seus problemas usando a tática fast food ou do tipo "Jeannie é um gênio." Chega de pílulas milagrosas e livros de auto-ajuda, cedo ou tarde, precisaremos aprender à viver com restrições. Ou você ainda acredita que o shampoo do comercial de TV vai transformar o seu cabelo num galã de Hollywood?
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6 comentários:
Bom texto. Achei seu blog por acaso e adorei.
Sabe, acho que os relacionamentos fast food que vc falou, existe mais por conta dessa geração superficial, que acha que quantidade é importante. As pessoas hoje em dia não se preocupam mais em conhecer as pessoas, conversar, aprender. É uma pena...
Beijos
Oi Mariah ! Obrigado pelo seu comentário. Geração "fast food" poderia ser uma boa expressão para a juventude atual. Como diz Chaplin no filme "O grande ditador" - "pensamos demais, mas sentimos bem pouco"
Abraços, Eduardo
Legal seu texto Duda!!!!
Espero que estejas melhorando rapidamente, na fisioterapia hehehe.
Poderias imprimir isso e entregar pro pessoal da juventude da igreja.
Ah, to postando uma homenagem a voce no meu blog, depois de algumas horas aparece lá. Vocë vai entender o título heheh...
Abraço
Gabriel, não entendí a parte da homenagem...
Abraços
Eduardo,
Restrições .. você de certa forma tem acompanhado a minha vida e tem visto as restrições e os constantes "NÃOS" que a vida tem me dito em praticamente todas as esferas da vida humana.
O último "NÃO" foi o Colégio Batista que não conseguiu fechar turmas e não vai rolar!!!
Perder e ganhar faz parte da vida de qualquer um , mas só perder detona o moral e a auto-estima de qualquer pessoa, não há quem resista a fracassos, quando eles se tornam frequentes e constantes.
Fabio, nesse caso, sugiro a frase do filósofo Sartre. "Não importo o que fizeram de você, o que importa é o que você vai fazer daquilo que fizeram com você."
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