Vivemos num mundo das imagens, dos símbolos, dos ícones, aonde a a aparência busca tomar o lugar do real. Habitamos num mundo tecnologicamente fantástico, com engenhocas que sequer pensávamos que pudessem existir há uns 15 anos atrás, mas eticamente tão deplorável. A relativização ética, em todas as esferas da sociedade brasileira, as éticas dúplices (como diria Roberto DaMatta para falar do "jeitinho brasileiro") tem invadido e influenciado a igreja, ao ponto de considerarmos que esse "jeitinho brasileiro" pode ser considerado um padrão para os nossos comportamentos e condutas. Os relacionamentos também tem se tornado descartáveis, a comunidade baseado no amor "ágape" tem sido substituído pelo pragmático "network" ( o que você tem para me oferecer com o seu relacionamento, usualmente destacando a questão econômica), ser amigo por apenas ser amigo (pelo prazer da sociabilidade e de querer conviver em conjunto), ou, melhor ainda, desenvolver relacionamentos saudáveis com princípios cristãos, resgatando o sentido de comunhão ("Koinonia"). Existe um confronto entre a ética da fraternidade cristã e a ética individualista, baseado no egocentrismo e nos relacionamentos descartáveis. Precisamos como cristãos reafirmar que o nosso relacionamento com Deus , com os nossos irmão, deve ser através de uma ética de amor, incondicional, de relacionamentos e não mero utilitarismo. Reafirmarmos como a igreja descrita em Atos "que os irmãos tinham tudo em comum." Viver essa comunhão num mundo aonde se prega competitividade, concorrência ao invés de fraternidade e coletividade é sem dúvida um desafio gigantesco. Existe a necessidade de colocarmos as nossas ações não baseados em interesses, mas em forma de amor incondicional. Ah e recuperarmos o símbolo máximo do cristianismo, a cruz de Cristo. Quantos penduricalhos tem sido colocados entre nós (cristãos) e Deus ?? Desenvolver relacionamentos saudáveis entre os irmãos e com Cristo, continue a ser um desafio para um cristianismo eticamente relevante no século XXI. Como disse, o bispo sul-africano Desmond Tutu, em passagem por Porto Alegre. "O Deus que eu creio, é o que ama tanto o Bush quanto o Bin Laden." É nossa responsabilidade ética lutar para que o cristianismo não seja um caricatura daquilo que Cristo pregou a 2000 anos atrás.
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário