sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Impressões sobre o Uruguai!

Gostaria de relatar aqui algumas impressões sobre a recente viagem que fiz ao Uruguai. Estive oito dias no país vizinho e aproveitei para conhecer um pouco sobre a sua cultura e a sua gente. Quatro dias em Montevidéo, a capital do país e maior cidade uruguaia, permite conhecer um pouco dos nossos vizinhos. O nome da cidade é curioso e vem de um navegador espanhol, que afirmara que "Monte vi de este a oeste" (traduzindo, monte ví de leste a oeste), da junção dessa frase, nasceu o nome da capital Montevidéo. Uma das primeiras surpresas ao chegar no país, foi o lindo e moderno aeroporto de Carrasco. Parece mais um projeto saído das mãos de Niemeyer ou um museu de arte moderna do que qualquer outra coisa. Duvida? Então olhe http://www.aic.com.uy/ . Outra coisa, que me impressionou logo de cara foram as referências do Brasil. Ficou num calçadão chamado Sarandí. Logo avistei a placa, falando da batalha de Sarandí, quando os "imperialistas" brasileiros lutaram contra o Uruguai em 1825, no que chamamos aqui de Guerra da Cisplatina. O imperialismo brasileiro do ponto de vista cultural continua muito forte, sem dúvida! Aproveitei claro, para conhecer os pontos turísticos da capital uruguaia. Nada mais tradicional do que o teatro Solís, referência ao navegador espanhol e também ao sol da bandeira celeste, muito bem acompanhado por uma guia que falava português perfeitamente. Outro passeio tradicionalíssimo na capital celeste é o Estádio Centenário, palco da final da Primeira Copa do Mundo em 1930. Centenário, porque se comemorava os cem anos da constituição uruguaia. Curioso foi a história da final da Copa de 1930, envolvendo Uruguai e Argentina. O primeiro tempo com a bola escolhida pelos argentinos, os portenhos venceram a Celeste por 2 x 1. Mas, no segundo tempo, com a bola escolhida pelos uruguaios, a virada de 4 x 2 e o primeiro título mundial, após o sucesso do bicampeonato olímpico de 1924 e 1928. Claro, que o "Maracanazo", também está retratado no museu do futebol (no próprio Centenário), como todas as homenagens a Obdulio Varela e a celeste que derrota o Brasil por 2 x 1. O orgulho da seleção uruguaia é fortemente percebida pelas ruas e os retratos de Fórlan e Lugano se espalham. Por falar em tradição é impossível resistir a carne uruguaia. Tradição por tradição, o Mercado del Puerto é onde se pode apreciar o melhor que a carne uruguaia pode oferecer. Detalhe: os uruguaios não assam carne com carvão, mas com lenha. Muito comum também, o consumo de erva-mate, encontrado em qualquer mercadinho. Cena comum é os uruguaios carregaram a sua cuia e o mate para qualquer lugar, inclusive se forem sair à noite. Desconfio que é o país com maior consumo per capita de mate do mundo! A segunda parada foi em Punta del Este, cidade pequena de apenas 20 mil habitantes, mas de endinheirados. Famosa por suas praias e pelo seu cassino, notadamente do hotel Conrad. O que chama atenção no princípio, são as casas sem muros, algo como Jurerê em Floripa ou Miami nos filmes da sessão da tarde e sem números. A identificação das casas, se dá pelo nome, esculpido nas madeiras que os donos deixam nos belos jardins, sem nunca repetir os nomes, dando um toque pessoal para cada casa. Também não é um lugar para economizar. Quase caí para trás, quando ao chegar de Montevidéo, na rodoviária de Punta del Este ví uma placa com o cafézinho ao preço de 60 pesos uruguaios, algo como r$ 6,00! Outro sinal da riqueza material da cidade são os táxis, todos de cor bege e Mercedes-Benz. A universidade que estive, me pareceu mais um clube ao estilo inglês com muita área verde, sede de um time de rúgbi e coisas do tipo do que um local de estudo. Para se chegar de Ônibus havia que descer pelo número da parada, já que nem as universidades não tem número. Definitivamente não é uma cidade para pedestres. O que vale muito a pena são uma visita ao Museu Ralli no aristocrático bairro com o sugestivo nome de Beverly Hills e a Casa del Pueblo do artista chileno Villaró. Se tiver sorte, pode assistir a um belo pôr do sol na Casa del Pueblo, ao sol de um poema gravado e lido em oito minutos ao entardecer, com a voz gravada do artista chileno em homenagem ao astro-rei: o sol. Detalhe, que Villaró teve o seu filho Carlitos Miguel Villaró envolvido num acidente aéreo nos Andes, pois participava na seleção de rúgbi uruguaia que jogaria contra os chilenos em 1971. Villaró foi o único que acreditou que o seu filho estava vivo e investiu dinheiro do próprio bolso para achar o filho. Ele e mais 15 jogadores uruguaios sobreviveram e 40 anos depois realizaram um jogo contra os chilenos, lembrando o aniversário do trágico episódio, visto no filme "Vivos". Por último, uma das marcas da cidade em frente a rodoviária, a famosa escultura de "Los Dedos", local que certamente encontrarás muitos turistas batendo fotos e se divertindo entre os dedos da escultura das mãos afundada na areia da praia!
Foi isso ! Espero que tenham gostado do relato de viagem!

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