terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cinema como metáfora ou os evangélicos no cinema nacional!

Parafraseando o ex-presidente Lula, diria que " nunca antes no país os evangélicos tiveram tanto visibilidade midiática no Brasil" De sites da Internet, de horas mais horas na TV aberta, das incontáveis templos evangélicos que surgem do Oiapoque ao Chuí, das gigantescas concentrações e marcha de fé, da representação política no Congresso Nacional, do surgimento das celebridades "gospel" aos atletas de Cristo, das livrarias evangélicas a indústria fonográfica gospel, os evangélicos parecem onipresentes no cenário nacional. A retomada do cinema nacional permitiu com que os evangélicos aparecessem cada vez mais nos filmes. Se tem pobreza, desigualdade social, marginalização, pode esperar que haverá um personagem evangélico, no melhor estilo assembleiano estereotipado com usos e costumes, roupa social e uma Bíblia embaixo do braço num templo seguido de "aleluias" e "glórias a Deus". Há poucos dias, assistí em Goiânia um filme brasileiro chamado "Família vende tudo". Batata ! A regra se confirmou. O enredo do filme gira em torno de um cantor popular cercado de várias tietes que querem ter uma relação para engravidar e garantir um futuro financeiramente próspero. Uma das personagens é incentivada pela família para ter um caso com o famoso cantor, consegue e a imagem abalada do astro musical caí, detonando a sua carreira. Detalhe, o irmão da amante do cantor é evangélico e incentiva o caso extraconjugal. O astro se separa e começa a namorar com a então amante e passa à frequentar uma igreja evangélica, o final do filme é um clichê, bastante óbvio. Fiquei a pensar, se cinema é metáfora ou "como" metáfora conforme expressei no título desse blog, também a imagem e o estereótipo da celebridade decadente que se converte (para alguns conversão genuína para outros mera jogada de marketing) e de como os evangélicos tem sido percebidos pela sociedade em geral. Recentemente escreví um artigo sobre o Tim Tones, tele-evangelista interpretado por Chico Anysio que apresenta ares proféticos. Os evangélicos tem crescido numericamente, mas não penso que qualitativamente. Cada vez, somos mais estereotipados e percebidos como mercado (soube ontem que inventaram uma modalidade de compara coletivo para evangélicos, denominado "crente urbano"). Como modificar essa percepção em torno dos evangélicos na sociedade brasileira? Será que nos próximos filmes, teremos uma outra representação dos evangélicos no cinema nacional? Só o tempo dirá.....

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