terça-feira, 14 de junho de 2011

Os donatários como donos da memória nacional!

Essa semana, dois ex-presidentes da República, à saber, Fernando Collor de Mello e José Sarney se manifestaram de forma contrária a abertura dos arquivos considerados sigilosos. Confesso, que sigo impressionado com a capacidade dos velhos donatários, que ainda se consideram os donos da memória do país. Não faz muito tempo, o próprio José Sarney ao tratar da história do Senado afirmara que "o impeachment do presidente Collor havia sido um acidente da história." Infelizmente o medo de revelar o passado faz com que parte dos político brasileiros escondam a sua história em face dos acontecimentos que estão diretamente envolvido ou que são diretamente interessados. Apagar a história como deseja Sarney no caso do impeachment de Collor representa neste sentido um empobrecimento da memória nacional, alijando os cidadãos brasileiros de um fato importante da República. O direito à informação constitui um princípio básico para os cidadãos numa sociedade do direito, negá-las, é uma forma de desrespeito à cidadania e a sociedade do direito. Não queremos vetados os direitos dos brasileiros de conhecer a sua própria história. Não se trata de revanchismo ou coisa do gênero, mas sim, privar os cidadãos do direito básico de informação, o que é de direito nas sociedade democráticas. Censurar, esconder ou omitir informação dos órgãos públicos não faz nenhum sentido na chamada "sociedade da informação."

Um comentário:

Memórias das Assembleias de Deus disse...

Quando soube, que Sarney a velha raposa da política brasileira, tentou retirar da exposição o episódio do Impeachment fiquei surpreso. Surpreso pela ousadia de querer apagar da memória nacional um fato tão importante da busca e afirmação da cidadania. Agora mais essa demostração de pouco caso com a história e o direito de informação. Sarney se enquadra na tal "operação borracha", descrita por Érico Verissimo em seu romance Incidente em Antares.