segunda-feira, 19 de julho de 2010
Será o fim da mídia impressa?
Lembro como se ainda fosse hoje, quando perguntei para o meu irmão pequeno (que hoje tem 9 anos, ou seja, tenho idade para ser pai dele!) se ele sabia o que era o objeto que eu mostrava. Eu mostrei um "bolacha preta" (disco de vinil) e ele, sem titubear, me respondeu com um sonoro "não". Talvez, num futuro não muito distante, a minha geração fará a mesma pergunta para as crianças no futuro e elas, muito provavelmente, responderão também com um sonoro e provável "não". Soube, no final de semana, que o Jornal do Brasil, conhecido como JB, publicado no Rio de Janeiro, deixará de ser impresso à partir de setembro desse ano. A Gazeta Mercantil vai pelo mesmo caminho. Em outras palavras, provavelmente, os leitores de jornais deixarão de sujar os seus dedos ao folheá-los. A mídia impressa poderá ser coisa de museu. Nessas alturas, Guttemberg deve estar balançando no túmulo !! As opiniões sobre o fim da mídia impressa seguem por duas vertentes: de um lado, os "tradicionalistas" que adoram folhear os jornais e que parece, que ao menos, entrev os jovens estão cada vez mais escassos. Defendem a manutenção da mídia impressa. Do outro lado os "tecnológicos", que defendem a vida "online", com os jornais disponíveis pela Internet e que contam com o apoio dos "ambientalistas", pois se produziria menos papel e consequentemente menos lixo. De fato, se fala muito na crise da mídia impressa tradicional, com uma crescente queda no número das tiragens. Creio que isso ocorre por múltiplas causas. Uma delas é a facilidade de ler um jornal do dia, seja, numa cafeteria, numa salão de beleza ou lanchonete, dispensando possíveis consumidores dos jornais. Além disso, me parece claro, a necessidade de se mudar o formato da mídia impressa, pois é impossível que este tipo de mídia possa competir em termos de atualização de notícias em tempo real (como ocorre nos jornais onlines, mas podem e devem qualificar mais a informação prestada, pois muitos internautas não costumam ler notícias longas e mais densas na Internet até pelo próprio cansaço visual das telas do computador. Com a velocidade da circulação das notícias pela Internet, uma notícia de dois dias atrás já não possui mais nenhum valor de mercado, daí que muitas agências de notícias disponibilizam esse tipo de informação jornalística de forma irrestrita. De forma conjunta, a grande mídia perde poder, pois os inúmeros blogs, sites pessoais, twitters e outras redes sociais, permitem com que os internautas não sejam meros receptores das notícias produzidas pelas grandes agências de comunicação, mas também opinem, comentem e produzam notícias. A idéia de produtores de notícias de um lado e receptores de outro perdeu importância na era da Internet. E esse é um ponto a favor para a democratização da mídia através da rede mundial de computadores (embora está excluindo os chamados "analfabetos digitais"). Que uma sociedade de direito deve ter acesso à informação e que a sua livre circulação deve ser uma das marcas da democracia, disso ninguém tem dúvida. Resta saber qual o meio será utilizado: somente a mídia digital, ou esta, ainda conviverá com a mídia digital? Não sei, o certo é que enquanto existirem boas estórias para serem contadas e público para isso, a imprensa continuará fazendo o seu papel, seja de forma impressa ou digital.
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2 comentários:
É o começo do fim do jornal impresso, da vídeo-locadora e em breve da lan house, também, é tempos modernos ... ou até quem sabe ... Tempos Pós-modernos
Não entendí por que da Lan house?
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