No último dia cinco de março, fui ao teatro Governador Pedro Ivo para assistir a abertura da temporada da Camerata. No espetáculo musical estavam incluídas no seu repertório as composições de Franz Haydn, Sergei Prokofiev, Jean Sibelius, Piotr Tchaikovsky e Camille Saint-Saëns.
Logo, criou-se um constrangimento no início da apresentação com o barulho constante de uma goteira atrás de um dos instrumentistas da Camerata, o que evidentemente dificultava a audição das músicas. Não demorou muito para que as goteiras se multiplicassem e atingissem tanto a platéia quanto aos músicos. Para a decepção de ambos, a chuva torrencial que caía na capital catarinense chegou ao ponto de interromper o espetáculo musical. Em seguida, funcionários do teatro buscavam limpar e tratar das inúmeras goteiras sobre o palco. Nas duas primeiras fileiras era possível visualizar, senhores e senhoras sentados nas poltronas que tragicamente se esquivavam da chuva.
Fiquei ainda mais atônito e perplexo, quando o apresentador do evento sugeriu que a platéia que estava mais à frente, se deslocassem para as poltronas do fundo. Além disso, ao dizer das datas das próximas apresentações da Camerata, disse textualmente que “Precisamos torcer para não chover nas próximas apresentações.” Depois de alterar o layout dos músicos, de ter inclusive molhado alguns instrumentos o espetáculo musical foi até o seu final. Era notório o barulho da chuva até o final da apresentação.
Saí decepcionado pela incapacidade administrativa do poder estatal de fazer uma simples manutenção de um teatro extremamente novo. Isso sem falar que o teatro compõe o complexo administrativo, ou seja, está ao lado do poder político em Santa Catarina.
Considerando a aplicação dos recursos financeiros e humanos na cultura (ou melhor, a sua não aplicação) e a incompetência administrativa de resolver um problema tão simples como ocorrido na abertura da temporada da Camerata, fiquei imaginando que se isso ocorreu ao lado do poder, o que dizer e esperar da política cultural nas cidades do interior catarinense e nas regiões periféricas do estado? Infelizmente a política cultural do atual governo têm se caracterizado por jogadas de marketing, na qual a própria inauguração do teatro Pedro Ivo faz parte, bem como o Balé Bolshoi, o Sapiens Park, entre outros, fruto mais de uma marca de propaganda partidária - eleitoreira do que qualquer outra motivação, não dirigidos por produtores culturais, mas sim, por políticos sem nenhum histórico e nem afinidade com a área para qual trabalham. O que esperar de um governador que se esqueceu de nomear o diretor da Biblioteca Pública de Santa Catarina? Ou que não faz a manutenção simples para um teatro novo? E o atraso nas obras do CIC? Segue a política do atual governo, a de muito barulho por nada!
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2 comentários:
Eduardo, vem aí as Eleições de 2010e com isso temos a oportunidade de livra-nos desta maldita triplice aliança (PMDB/PSDB/DEM)e termos algum mínimo de mudanças. E para completar o serviço é necessario que o governador LHS não seja eleito para o Senado, creio que esta deva ser uma bandeira de Luta de todos nós "livres pensadores".
Fabio, acho que a tríplice aliança não vai sair, pelo fato que o PMDB vai querer ser cabeça de chapa e o DEM lançar o Colombo. Quanto ao Senado, o fato de ser duas vagas,facilita para o Luís XV, creio que o Amin é forte para a outra vaga.
Abraços,Eduardo
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